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PF conclui que esquema de fraude nos benefícios do INSS funcionava com núcleos político, financeiro e de comando

Fraude no INSS: PF aponta que esquema funcionava em 3 núcleos: político, financeiro e de comando. Investigações da Polícia Federal concluíram que o esquem...

PF conclui que esquema de fraude nos benefícios do INSS funcionava com núcleos político, financeiro e de comando
PF conclui que esquema de fraude nos benefícios do INSS funcionava com núcleos político, financeiro e de comando (Foto: Reprodução)

Fraude no INSS: PF aponta que esquema funcionava em 3 núcleos: político, financeiro e de comando. Investigações da Polícia Federal concluíram que o esquema de fraude nas aposentadorias e pensões do INSS funcionava em três núcleos: Político, Financeiro e de Comando. O presidente da Conafer, Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais, Carlos Lopes, era o líder do Núcleo de Comando, segundo a PF. Ele teve a prisão decretada e já é considerado foragido. De 2019 a 2023, a Conafer foi a entidade que teve o maior aumento no volume de descontos em benefícios de aposentados e pensionistas. A investigação da Polícia Federal concluiu que a Conafer recebeu R$ 708 milhões do INSS. 90%, mais de R$640 milhões foram desviados para empresas de fachada e contas de operadores financeiros ligados ao grupo criminoso - que era dividido em três núcleos. Em setembro, Carlos Lopes chegou a ser preso enquanto prestava depoimento na CPMI do INSS no Senado, acusado de mentir na comissão e foi liberado depois de pagar fiança. Segundo as investigações, ele era responsável por orientar as fraudes. Era quem dava a ordem para colher assinaturas de idosos e depois usar os formulários em fichas de filiação associativas falsas na Conafer. Ainda de acordo com a PF, ele também era responsável por manter pagamentos aos participantes da fraude. O Núcleo Político era responsável por garantir a manutenção do acordo técnico entre a Conafer e o INSS, além de agir para tentar proteger a organização criminosa de investigações externas. O ex-ministro da Previdência no governo Bolsonaro, José Carlos Oliveira, que mudou o nome para Ahmed Mohamad, é um dos integrantes desse núcleo, de acordo com a PF. Ele foi alvo de mandados de busca e apreensão e está usando tornozeleira eletrônica. Segundo a PF, ele era um dos "pilares institucionais que permitiram o funcionamento da fraude" na Conafer. Outro integrante do Núcleo Político, segundo as investigações, é o ex-presidente do INSS no governo Lula, Alessandro Stefanutto, preso na quinta-feira (13). A PF afirmou que ele recebia propina de R$250 mil por mês. Ao todo, foram nove prisões. O Núcleo Financeiro, segundo as investigações, era coordenado pelo empresário Cícero Marcelino de Souza Santos, preso ontem. Ele seria responsável por criar empresas de fachada para receber os valores desviados pela Conafer e depois repassava para os envolvidos no esquema. Um dos principais beneficiários, segundo a PF, era o ex-procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho. Ele recebeu valores que somam R$ 6, 5 milhões, entre 2022 e 2024, por meio de empresas de fachada. A PF afirmou que Virgílio também recebia dinheiro de outras entidades que desviavam dinheiro de aposentados e pensionistas. Os valores eram distribuídos pelo empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS. Ele era um dos operadores financeiros e um dos líderes do esquema de desvio, segundo a PF. Antônio Antunes já está preso, e a Justiça expediu um novo mandado de prisão na operação de quinta-feira (13). Na quarta fase da Operação Sem Desconto, a PF apreendeu R$ 720 mil e $72 mil em espécie, além de 43 carros, 8 armas, 106 joias e 23 relógios de luxo. A defesa de Alessandro Stefanutto disse que as acusações são falsas e ignoram uma trajetória de integridade no serviço público, e que a inocência dele será comprovada no fim das investigações. A defesa de Antônio Carlos Camilo Antunes declarou que ficou surpresa com novo mandado de prisão e que apresentará esclarecimentos quando tiver acesso ao processo. A defesa de Virgílio Ribeiro de Oliveira Filho disse que ainda não teve acesso aos autos, o que considera grave violação de direitos. O Jornal Nacional não teve retorno dos outros citados na reportagem. Fraude no INSS: PF aponta que esquema funcionava em 3 núcleos Reprodução/TV Globo