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Bioeconomia do babaçu projeta Maranhão na agenda climática da COP30

A cultura do coco babaçu ganhou destaque na COP30, em Belém, ao ser apresentada como uma das principais soluções do Maranhão para unir geração de renda, ...

Bioeconomia do babaçu projeta Maranhão na agenda climática da COP30
Bioeconomia do babaçu projeta Maranhão na agenda climática da COP30 (Foto: Reprodução)

A cultura do coco babaçu ganhou destaque na COP30, em Belém, ao ser apresentada como uma das principais soluções do Maranhão para unir geração de renda, Divulgação A cultura do coco babaçu ganhou destaque na COP30, em Belém, ao ser apresentada como uma das principais soluções do Maranhão para unir geração de renda, preservação ambiental e valorização de saberes tradicionais. A participação maranhense teve como uma das vozes centrais a liderança comunitária Nelinha do Babaçu. A cultura do coco babaçu ganhou destaque na COP30, em Belém, ao ser apresentada como uma das principais soluções do Maranhão para unir geração de renda, preservação ambiental e valorização de saberes tradicionais. A participação maranhense teve como uma das vozes centrais a liderança comunitária Cornélia Rodrigues, conhecida como Nelinha do Babaçu, que atua pela defesa e autonomia das quebradeiras de coco. Segundo Nelinha, o Maranhão chegou ao evento mostrando tecnologias e produtos inovadores ligados ao babaçu — de bebidas vegetais a canudos sustentáveis — e atraiu a atenção de representantes de vários países. “O mundo está conhecendo o Maranhão, o Maranhão da indústria e das soluções ambientais”, afirmou. Segundo Nelinha, o Maranhão chegou ao evento mostrando tecnologias e produtos inovadores ligados ao babaçu Divulgação Bioeconomia com identidade Nos painéis sobre bioeconomia, o babaçu foi apresentado como um exemplo de cadeia produtiva que consegue crescer sem romper com o território e a tradição. Para Nelinha, essa expansão só é possível porque une conhecimento ancestral e tecnologia. “Juntamos saberes tradicionais com inovações atuais para desenhar uma nova indústria onde todos sejam beneficiados”, explicou. O babaçu, além de recurso natural fundamental para a conservação da floresta, é fonte histórica de renda para comunidades quilombolas e para milhares de mulheres que vivem do extrativismo. Elas foram protagonistas nas discussões da COP30. Depois de décadas cobrando espaço, as quebradeiras finalmente conseguiram levar sua mensagem. “O mundo entendeu a importância de 350 mil mulheres que cuidam de uma floresta em pé para que a humanidade continue habitando esse planeta”, disse. Parcerias e desafios Para fortalecer a cadeia do babaçu, Nelinha defende mais investimento em cooperativas, já que o trabalho é coletivo e depende de organização para garantir preço justo e melhores condições de produção. Ela destaca que 90% da atividade é feita por mulheres e que é urgente criar mecanismos que garantam saúde, segurança e qualidade de vida a quem extrai a matéria-prima. A liderança também reforça que a nova indústria do babaçu precisa gerar valor tanto para quem produz quanto para quem processa. A ideia é que todo o ciclo da bioeconomia beneficie diretamente as comunidades tradicionais, que são as guardiãs do território onde o babaçu se multiplica. Voz que atravessa fronteiras Na COP30, a presença do Maranhão reforçou a importância da floresta viva e de modelos econômicos que respeitam cultura, ambiente e direitos sociais. Para Nelinha, esse é um momento histórico para as quebradeiras de coco, que finalmente tiveram seu trabalho reconhecido em um dos maiores eventos climáticos do planeta. “O mundo entendeu a importância de 350 mil mulheres que cuidam de uma floresta em pé para que a humanidade possa continuar habitando nesse planeta.”