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Advogada suspeita de tortura, extorsão e agiotagem foi presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB

Veja como agiam integrantes de esquema de tortura e agiotagem em Luziânia A advogada Tatiane Meireles, suspeita de integrar um esquema de agiotagem, extorsão ...

Advogada suspeita de tortura, extorsão e agiotagem foi presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB
Advogada suspeita de tortura, extorsão e agiotagem foi presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB (Foto: Reprodução)

Veja como agiam integrantes de esquema de tortura e agiotagem em Luziânia A advogada Tatiane Meireles, suspeita de integrar um esquema de agiotagem, extorsão e tortura em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal, foi presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB da cidade. Ela, o marido e outras cinco pessoas estão presos e são investigados pela Polícia Civil pelos crimes de organização criminosa, usura (agiotagem), extorsão e lavagem de dinheiro. Segundo a OAB-GO, Tatiane presidiu a comissão em dois momentos: entre maio de 2023 e dezembro do ano passado. Depois, foi reconduzida ao cargo, em agosto deste ano, já sob a nova gestão da Subseção de Luziânia. A OAB destacou, porém, que, na gestão anterior, a advogada ocupou outros cargos em comissões, tendo sido vice-presidente da Comissão de Direito Criminal entre 2016 e 2018 e e presidente da mesma comissão de 2019 a 2021. ✅ Clique aqui e siga o perfil do g1 Goiás no WhatsApp Ao g1, a advogada Priscilla Teles, que defende Tatiane, afirmou que a profissional exerce a advocacia há mais de duas décadas na Comarca de Luziânia, sempre pautada por retidão, ética e absoluto respeito às instituições. Disse também que, durante toda sua trajetória profissional, jamais houve qualquer denúncia, fato ou conduta que desabonasse sua imagem. Leia a íntegra da nota ao final da reportagem. Advogada Tatiane Meireles faz oração sobre dinheiro, em Goiás Reprodução/TV Anhanguera LEIA TAMBÉM Taco de beisebol, arma na cabeça e espancamento: veja como agiam advogada, PMs e empresários em esquema de tortura e agiotagem VÍDEO: Advogada envolvida em esquema de agiotagem e tortura com PMs faz oração sobre dinheiro: 'Agradeço, senhor, pela prosperidade' Entenda o caso da advogada e dos PMs presos suspeitos de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro Como funciona a nomeação A OAB explicou que, desde 2022, todas as nomeações para as comissões temáticas da subseção seguem um procedimento administrativo padronizado, público e democrático. Os advogados inscritos na subseção são convidados, por meio de publicação de edital, a participar das comissões . "Encerrado o período de inscrições, as nomeações são formalizadas conforme critérios institucionais, observando-se a estrutura organizacional da OAB e os requisitos previstos para composição das Comissões", afirmou a AOB. Segundo a OAB, com o afastamento de Tatiane, a vice-presidente da comissão assumiu a condução dos trabalhos. A instituição também informou que procedimento ético-disciplinar junto ao Tribunal de Ética e Disciplina já foi instaurado. 'Blindagem jurídica' Tatiane e os demais investigados foram alvo da operação "Mão de Ferro", na última sexta-feira (28). Segundo a polícia, a advogada atuava na “blindagem jurídica” do grupo e participava das cobranças contra as vítimas que deviam dinheiro. Em um vídeo, Tatiane aparece agredindo um homem com um taco de beisebol vermelho, em um terreno baldio. O objeto é o mesmo que aparece em vídeos publicados pelo marido, o sargento da Polícia Militar Herbert Francisco Póvoa, conhecido como "Mike Póvoa", que, segundo a polícia, também integrava o esquema. O g1 não conseguiu localizar a defesa do policial até a última atualização desta reportagem. Em outro vídeo, obtido pela polícia, Tatiane aparece orando sobre maços de dinheiro. Na gravação, Tatiane agradece pela "prosperidade". "Agradecemos, senhor, pela prosperidade que reina nesse lar. Te pedimos, ó pai amado, que cada pessoa que receber esse dinheiro, que ela tenha gratidão", pede Tatiane na gravação. Leia a íntegra da nota da defesa de Tatiane Meireles: "A defesa da advogada Tatiane Meireles, eleita e escolhida durante a atual gestão da Subseção da Comarca de Luziânia como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, vem a público esclarecer as informações recentemente divulgadas acerca de sua prisão em um procedimento pré-processual, ainda em fase inaugural, que investiga suposto crime de tortura. É imprescindível destacar que Tatiane Meireles exerce a advocacia há mais de duas décadas na Comarca de Luziânia, sempre pautada por retidão, ética e absoluto respeito às instituições. Nos primeiros cinco anos de sua carreira, atuou como uma das principais advogadas dativas da cidade, prestando assistência jurídica a pessoas hipossuficientes e contribuindo decisivamente para a efetivação do acesso à Justiça. Durante toda sua trajetória profissional, jamais houve qualquer denúncia, fato ou conduta que desabonasse sua imagem, pelo contrário, sempre desempenhou sua função com dignidade, honradez e firme compromisso com a defesa dos direitos humanos, razão pela qual foi legitimamente escolhida para presidir a referida comissão. Os fatos em apuração possuem camadas profundas e complexas, e, por respeito ao sigilo e à própria regularidade das investigações, a defesa não irá expor detalhes neste momento. Contudo, reafirma-se a convicção plena de que a verdade prevalecerá no tempo adequado, restabelecendo a justiça, a serenidade e a integridade profissional de Tatiane Meireles. Ressalta-se, ainda, que no Estado Democrático de Direito ninguém pode ser julgado antecipadamente, muito menos em procedimento ainda em fase pré-processual. A advogada permanece à disposição das autoridades competentes e confia integralmente nas instituições responsáveis pela condução do caso". Leia a íntegra da nota da OAB-GO: Na subseção de Luziânia, a advogada em questão foi nomeada presidente da Comissão de Direitos Humanos no período de 05/05/2023 a dezembro de 2024, tendo sido novamente nomeada para o mesmo cargo no triênio 2025–2027, em 07/08/2025. Seu afastamento ocorreu em 28/11/2025, por decisão administrativa da diretoria, conforme os procedimentos internos da instituição. Registra-se também que, na gestão anterior, sob a presidência de Luciano Braz, a advogada exerceu outras funções nas comissões da subseção, atuando como vice-presidente da Comissão de Direito Criminal (2016–2018) e como presidente da mesma comissão (2019–2021). Desde o início do triênio 2022–2024, e mantido agora no triênio 2025–2027, sob a presidência de Thaís Paiva, todas as nomeações para as comissões temáticas da subseção seguem um procedimento administrativo padronizado, público e democrático. As indicações são precedidas pela publicação de edital, por meio do qual todos os advogados e advogadas inscritos na subseção são convidados a participar das comissões disponíveis. Encerrado o período de inscrições, as nomeações são formalizadas conforme critérios institucionais, observando-se a estrutura organizacional da OAB e os requisitos previstos para composição das Comissões. Com o afastamento da presidente, a vice-presidência da comissão assumiu automaticamente a condução dos trabalhos, garantindo a continuidade das atividades institucionais até nova deliberação da diretoria. Diante da gravidade dos fatos, a subseção de Luziânia determinou o imediato afastamento da investigada de suas atividades junto à Comissão de Direitos Humanos. Ato contínuo, deu ciência ao Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB-GO, que imediatamente oficiou o juízo competente para ter acesso aos autos – mantidos em sigilo. O procedimento ético-disciplinar está instaurado e a terá seu curso regular a partir da análise da documentação. Os indícios apontam grave desvio de conduta e as medidas serão proporcionais ao resguardo e proteção da dignidade de toda a advocacia. 📱 Veja outras notícias da região no g1 Goiás.